“Tanta paz pra te manter
Contida e bem afinada
Tanta voz por te conhecer.

Pó de arroz pra te manter
Na vida bem engomada
E ainda que não digas nada
O teu rosto há-de dizer

Tanto faz ou tem de ser
Dizes tu bem ensinada
E ainda que estejas calada
No teu rosto há-de se ver”

Márcia

For me, one of the most difficult things about living is to let go. Things, situations, people. My whole life I’ve suffered from getting too attached, too emotionally connected. It’s been a constant battle between how rational I am, how rational I want to be, and how emotional I am. Through the years I’ve learned that it is OK to show your emotions – there’s nothing wrong with it. Ideally, one should be more rational and pragmatic than emotional. However, some things you can’t change, and normally that’s the way it is when it comes to people. And I deeply care about people. At the end of the day, what makes me happy is knowing that I haven’t hurt anybody’s feelings. This is one of my daily rewards. That and NOT eating chocolates – really rewarding! However, while I try to be nice to others, I very often get hurt. For being flexible to accommodate others, I sometimes let myself down. And this can be addictive. It’s like drugs – you know it’s bad , you know you shouldn’t do it, but once one gets down that road, is hard to leave… My reasoning is: never take drugs, you don’t know what might come next. But we can’t apply this rule to people. Given this, I very often go for the people, and when I start being hurt, I start planing my way out. It is challenging, takes time and effort. Taking people out of your life is hard, but one day, the day you actually do it comes, and you’ll feel bad at first. Yesterday was one of those days for me and I felt really bad, but today I feel ‘just’ bad.  Tomorrow will be the same as today, until the day it doesn’t hurt anymore. It’s always the same cycle, the same process. Sometimes let go is the only thing you can do to get a new beginning. Hopefully a better one. On the way, never look down, always up – you’ll certainly find something beautiful … ❤

 

Planetarium .JPG

California Academy of Sciences/Planetarium, San Francisco. November, 2017 [Shot on iPhone6s] 

ArcadeFire_xblog.JPG

Arcade Fire concert, Oracle Arena, Oakland. October 22, 2017 [Shot on iPhone6s] 

I listened to Arcade Fire for the first time in 2005. Still vividly remember that moment – I was paralyzed at the first song. I think it was Crown of Love. I’ve seen and loved so many things since then, but they always make me feel the same, go back to the same place. Now I got to see a full concert. They played my favorite songs, including My body is a cage, which makes my heart ache from the first to the last beat. Still. 12 years ago, I didn’t know that some things are forever, no matter how far you go… But now I know. And that’s fine.

 

“When I saw you I fell in love, and you smiled because you knew” William Shakespeare 

What keeps us alive is the capacity we have to constantly fall in love – for a lifetime, a few years, a month, a day, a few hours or just for the duration of a smile…

Nem todos os dias são alegres, nem todos os dias são leves, especialmente nos últimos tempos… Mas, curiosamente, nos últimos tempos tenho visto os mais bonitos céus quando o sol se põe. E, muitas vezes, é quando olho o céu  que me apercebo do quão bonito tudo isto é. E depois penso que tenho apenas que me manter focada e seguir caminho. O que tiver que ser será. E o resto que se lixe

Foto sunset Sep30, 2017

Inner Sunset, San Francisco. September 2017 [Shot on iPhone6s, zoomed in and grainy but who cares :)] 

 

De repente, tremi. Paralisei durante uns segundos. Depois percebi que eram apenas semelhanças – o piscar de olhos, as mãos a bailarem no ar ao som das palavras, a gravidade da voz, a demora persistente nas sílabas, os olhos despertos e negros. Em segundos revejo aquilo que sei de cor, mas que guardei a sete chaves. Já não custa como custou, já não dói como doeu, fará sempre estremecer. Mas é apenas isso – estremeço, recapitulo tudo em segundos, acalmo o coração e volto a guardar tudo de novo. A sete chaves.

[A minha Vi sabe do que falo…]

 

 

Vazio.

Por vezes sinto um vazio que não sei muito bem de onde vem. Raramente consigo explicá-lo. Ou talvez até consiga, mas dá trabalho. Talvez seja semelhante ao que sinto quando olho o mar em dia de nevoeiro. É isso, o mar em dia de nevoeiro. Vejo um pouco de mar, as ondas a rebentarem nas rochas, o verde opaco à minha volta. E depois vejo apenas nevoeiro, que se extende oceano adentro, engolindo tudo o resto e deixando apenas antever um grande vazio. Há dias em que gosto de encontrar uma razão imediata para os meus vazios, e nesses dias gosto de ver o nevoeiro que envolve o mar.

#ha-devalertudoapena

FullSizeRender (1).jpg

Lands End, San Francisco. September 2017 [Shot on iPhone6s] 

“Enquanto não te vejo, conto os dias e horas que terei que viver até te encontrar. O momento aproxima-se, e o meu sorriso fica mais alegre.

Depois encontro-te, divergimos e o ciclo vicioso recomeça.

É o ciclo da saudade.”

 

IMG_2732

Stinson beach, California, May 2017 [shot on iPhone 6s]

Fragmentos

Sunset_b&w.jpg

 

“sabes?
há dias, horas, em que a ausência me atinge em cheio na fronte como uma
pedra profunda” Xilre

Sinto o mesmo. Há horas em que sinto a ausência dos meus, que estão tão longe, e a ausência de ti, que estás tão fragmentado. São ausências diferentes e, como tal, atingem-me de forma diferente. O trajecto da dor que produzem é, no entanto, semelhante – começa na fronte e depressa se propaga até atingir estrondosamente esta massa de células, vasos e artérias a que chamamos Coração.

 

 

It is what it is

“É preciso ter sorte e encontrar a pessoa certa no lugar certo, no momento certo”. Várias vezes me disseram isto e várias vezes reagi com cepticismo. Mas hoje, hoje penso diferente. Cada vez me convenço mais que há pessoas que vamos conhecendo que, por mais que nos afectem, simplesmente não são supostas ficarem por muito tempo. Surgem para nos mostrarem ou ensinarem algo, mas não tem necessariamente que ficar. Eu acredito que quando um sente, o outro também sente, ou faz de conta que sente. E é isto que me desconcerta, que me tira do eixo, que me faz pensar que este mundo dá voltas desnecessárias. Do sentir ao querer fazer algo com o que se sente vai uma enorme distância. E é crucial que se entenda que as coisas são mesmo assim, que nada é “preto ou branco”, que nada tem que vir até nós por uma razão em particular e que não devemos deixar que os actos dos outros tenham um efeito profundo em nós. O x costumava dizer que “As coisas são como são”, e eu sempre adorei esta expressão. Eu gosto de dizê-la em inglês – It is what it is. Tem uma conotação de derrota, como que a querer dizer num encolher de ombros “isto não devia ser assim mas eu não posso fazer nada”. Esta expressão é muito sábia… Mas mais que dizê-la, há que levá-la à letra. Eu ainda nem sempre o consigo – It is what it is. 

Hoje emocionei-me varias vezes durante o dia. Acontece-me sempre quando penso na minha familia que esta tao longe. Na minha Tia C. que esta’ a envelhecer tao rapidamente, na minha irma que esta’ a comecar a estabelecer a sua Familia, no meu Pai que sei que tem sempre dores nas costas, na minha Mae que, apesar de tudo, tem todas as manhas uma palavra de alegria para me dar.

Emociono-me porque penso neles e penso na efemeridade da Vida e na distancia que nos separa. Emociono-me porque sei que, inevitavelmente, todos os dias os perco um bocadinho…

 

O medo

É castrador, limitante. Aprisiona-nos e tolda-nos a razão. Deixa-nos frágeis, sem saber muito bem o que fazer. O medo do escuro é compreensível – a falta de luz leva-nos para recantos estranhos, onde a aparente ausência de matéria faz elevar os maiores monstros. Mas e o medo de falhar? Porquê o medo de falhar? Porque temer falhar se somos apenas humanos, feitos de carne e osso e um coração descompassado que faz o que quer? Houvesse uma máquina que o erradicasse e eu seria a primeira a comprá-la. Isso, ou assumir de uma vez por todas que falhar é perfeitamente normal e que, desde que façamos o nosso melhor, mais não nos pode ser exigido. Muitas vezes queremos a perfeição – queremos fazer tudo bem à primeira, ter tudo à primeira tentativa. Queremos a mesma autoestima e aparente “confiança” que vemos nos outros. Mas e os outros – são mesmo assim ou são tal e qual como nós? Tenho cá para mim que no fundo somos todos iguais, mas uns são melhores a escondê-lo que outros.